"Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca tentou algo de novo"
Albert Einstein

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

«A memória é um chapéu velho.A imaginação é um par de sapatos novos.»

 Nos dias 18 e 25 de Janeiro, em Estudo Acompanhado, tivemos a oportunidade ler a obra "O último Hotel" de Roberto Innocenti e J. Patrick Lewis. A leitura da obra foi orientada pela prof.ª Lúcia Ferrão.
Esta obra é sugerida no Plano Nacional de Leitura e merece uma análise profunda pelos momentos de grande fruição estética: pela sua estrutura, pela linguagem poética, pelo texto icónico, pelo design gráfico.
Antecedendo a narrativa, há uma espécie de prefácio em que um pintor, o narrador dos acontecimentos subsequentes, num pré-texto, que é um pretexto, anuncia que a sua imaginação foi de férias e é preciso recuperá-la porque “nunca mais voltou”. Numa tarde, faz as malas, mete-se no Renault vermelho e inicia a viagem. Compulsivamente, o carro leva-o até um edifício, lá no fim do mundo. A narrativa passa a um tipo de grafemas mais pequenos e, perante o narrador e o narratário vão surgindo uma série de figuras do “déjà vu” da ficção fantasiosa, reconhecíveis quer pelas roupagens, quer pelas atitudes, todas instaladas ou a caminho da mansão, vista como último reduto. A estranheza começa logo na portaria do hotel em que o recepcionista é um papagaio marinho. Cada quarto é decorado segundo a personalidade do hóspede. Por exemplo, o do Senhor Cinzento Acinzentado é preto e branco.
Além desta figura, que fuma cachimbo e é detective, o pintor vai coabitar com as mais diversas personagens como o rapaz que pescava mensagens, o marinheiro de perna-de-pau que assina com a cruz dos piratas, a jovem frágil numa cadeira de rodas que tem de ser banhada todos os dias, o vagabundo de chapéu de vaqueiro que tem um mapa valioso, o aviador destemido que cruza os céus, o homem empoleirado numa árvore donde vê o mundo, o cavaleiro dos moinhos de vento.
Tal como à entrada, será também à saída que o recepcionista-papagaio vai desencadear as respostas às perguntas que o narrador faz a si próprio sobre o significado dos actos dos outros hóspedes no seu quotidiano, pedindo ao detective que seleccione entre vários conceitos aquele que é o definidor de cada um. E é assim que o pintor entende que todas elas estiveram sempre em busca de si-mesmas, mostrando-lhe o caminho da auto-descoberta e, por consequência, é altura de recuperar a sua imaginação em errância.

As personagens da “imaginação em férias”, para os leitores assíduos da ficção literária, são facilmente identificáveis. Aqui ficam algumas pistas:














Foi assim:

1 comentário:

  1. O vosso blog está de parabens continuem pois estou a gostar muito, não se esquecam de arranjar algo engraçado para o carnaval. Até breve

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